quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Percas

Meu tio Luizinho faleceu... A familia Silva Corrêa se reunirá mais uma vez em menos de 03 anos e do mesmo jeito.
Triste nos reunirmos assim, mas fazer o quê? Aí se reunem todos os os filhos, os filhos dos filhos e os filhos dos filhos dos filhos e aí sai conversa, conversa que não se aproveita nada. Quando não se convive, as coisas ficam difíceis e aí... Minhas primas não se dão, na verdade uma não se dá com as outras de fora, e aí começa. Elas, na verdade, nem sabem que a daqui não topa muito elas. E a daqui vive reclamando que eles não ligar pra família e, eu fico no meio. Até concordo em partes com a minha prima daqui, mas também não tenho muito o que cobrar das outras, pois não vivemos juntas, não tivemos contato e nem afinidades temos, e pra mim, fim de assunto.

Meu tio bebe desde que eu me conheço por gente. Já ficou N vezes internado, às vezes ficava meses sem colocar uma gota de àlcool na boca, às vezes achava que toda a bebida ia acabar então, bebia tudo de uma vez só, como o filho revoltado da vovó, o caçula, destampava a beber e ainda dizia que bebia de pirraça. Pirraça pra ele, né. E, de tanto beber, hoje se foi... Mas vejo que o vício realmente falou mais alto e, é doloroso ver que o vício venceu e que ele foi fraco e perdeu.

No velório, lembrei da última conversa que tive com ele e chorei. Pedi pra ele se cuidar, pra ele tomar conta do meu avô, porque meu avô precisava de alguém presente que cuidadesse dele, que fosse uma boa companhia, e ele, ficou sério, e me disse que não bebia. Falei que se ele bebesse mais, um dia ele iria acordar dentro de uma clínica bem longe daqui, aí ele ficou olhando com um rosto de medo e ficou pensando, pensando e pensando... não falou nada. Por alguns dias, essa conversa valeu, porque deu uma parada, mas voltou novamente e pra sempre.
Fizemos o que foi possível, todos fizeram de tudo pra ajudá-lo, mas ele não quis se ajudar e assim, acabou de um jeito deplorável e triste. Melhor minha vó já ter partido antes, acho que não aguentaria vê-lo e perdê-lo.
Agora, ficou meu avô, que chorou muito, e vê-lo chorar percebi o quanto ele é importante pra mim, é a base da minha família. E, como ele é forte, apesar do seu jeitinho franzino, e como é carinhoso com todos nós...
E como um dia a Isadora disse: _ Ah... o vô Tilé é tão bonitinho!!!

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